O Braille é um sistema de leitura e escrita utilizado por pessoas cegas. O método foi criado pelo francês, Louis Braille, que ficou cego após sofrer um acidente dentro do espaço de trabalho do pai e, que dedicou sua vida para criar e divulgar o método.
Ainda jovem estudante, Louis tomou conhecimento de uma invenção denominada sonografia, ou código militar, desenvolvida por Charles Barbier, oficial do exército francês. O invento tinha como objetivo possibilitar a comunicação noturna entre oficiais nas campanhas de guerra e baseava-se em doze sinais, compreendendo linhas e pontos salientes, representando sílabas na língua francesa. O alfabeto Braile contribuiu efetivamente para a comunicação entre cegos, pois se aplica a qualquer língua, à estenografia e à música.
Em Montes Claros, a história do Braille teve início na década de 1980. A precursora no uso e ensino do método na cidade foi a pedagoga e psicóloga, Antônia Aparecida da Silva, que é servidora municipal atuando na Secretaria de Educação / Coordenadoria de Educação Inclusiva.
Atualmente o Sistema Municipal de Ensino conta com 23 alunos com deficiência visual, sendo 03 cegos e 20 com baixa visão. Na E.M. Rozenda Zane Moraes, a aluna do 7º ano do Ensino Fundamental, Jhemilly Laiane Ribeiro, que é cega, tem se destacado e surpreendido pelo seu rendimento escolar. Deficiente visual desde os dois anos de idade, foi alfabetizada através do Braille e é com o auxílio da regente que faz seus registros.
"Quando Jhemilly chegou à escola, foi um grande desafio para nós. Nenhum dos professores estavam preparados para adaptar o conteúdo das disciplinas, a própria estrutura física da escola, cheia de obstáculos, degraus, sem qualquer instrumento de acessibilidade, era uma grande preocupação para a equipe. Entretanto, o empenho e a dedicação da aluna, conquistaram toda a escola. A própria Jhemilly direciona os trabalhos, indicando de que forma aprende melhor, quais os recursos que podemos utilizar para facilitar sua aprendizagem e, dessa forma, tem se destacado apresentando rendimento escolar muito acima da média", comenta a diretora da escola, Paloma Dias Oliveira.
Os professores
Motivados pelo interesse da aluna, cada professor criou suas estratégias para atendê-la. O professor de História, Sebastião Abiceu, passou a gravar suas aulas e enviar para a família para que a aluna tenha um material para estudar em casa. A professora de Língua Portuguesa, Daiane, fez o Curso Básico na Área de Deficiência Visual, oferecido pelo CAP em 2017, exclusivamente para atuar com a Jhemilly. Atualmente, orienta os demais professores no preparo de atividades.
As professoras de Ciências e Geografia, Elisabete Macedo e Olga Cardoso, confeccionaram, com o apoio de estagiárias e do Serviço Pedagógico, diversos materiais em alto relevo, como mapas, esquemas representativos do corpo humano e seus sistemas para que a aluna possa estudar através do tato.
"Não há dificuldade para incluir Jhemilly porque ela é muito dedicada, socializa bem com todos os colegas, participa ativamente de todas as atividades. É uma grande alegria tê-la na escola", afirma o professor de Educação Física, Warley Gleison Monção.
Segundo a coordenadora de Educação Inclusiva da SME, Meirielle Duarte, os alunos com deficiência visual e baixa visão são plenamente atendidos pelos professores com atividades específicas para o pleno desenvolvimento do ensino/aprendizagem.
Fotos das aulas de Geografia, Educação Física, Matemática e aplicação do simulado.
Texto e fotos: Coordenadoria de Educação Inclusiva da SME / Adaptação Educamoc
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